Wednesday, December 27, 2006

Sobre o desejo.

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Desejo di verso



o homem no fundo do universo

em errante desejo de um único verso


repousa o braço sem descanso

sob o rosto raro que carrega


imaginando vil, muito ou muito pouco carregar


homem tal, como some e aparece

em cada mundo que lhe apetece...


e no Universo que pleno vigor

livre irradia-lhe luz e sombra


vive triste e morre feliz.


no uni-verso que ele se deu

querendo universo maior que o seu,


homem de um verso fostes


também diverso teu constante lamento

na manhã amena de novembro


que escolhestes polpar do mundo

tal fulgor.




.victor hudson.

Monday, December 25, 2006

Samba experimentado.

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Universo So Raro


topada,

topic lotada.

vinho barato,

copo trincado,

bolso rasgado,

inchaço no pé..




eu vivo com o pé na corda bamba

e a cabeça na lua querendo outro samba escutar


bamba sem colher nem mesa pra batucar


só tenho a rua lá de casa pra descer

e meu grande amor sem me ver chegar




tem gente que sente

um presente entre mil


tem gente que fala

só do que não viu


tem gente farta

e gente que falta




amor

saca só

sacação mor

nosso conceito é barato

e o universo so raro

sou mesmo incenso sutil

vou acabar

vamo acabar amor




vamor amor

vamor amor



vamor amor

vamor amor





.victor hudson.

Tuesday, December 19, 2006

'Bota um brega, eu gosto.'

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Querida

querida

preciso te falar da minha vida

dizer tudo que vem em minha cabeça

falar do que ainda não fiz

pra que você não me esqueça



meu bem

teu bem me custa o riso que me falta

de graça eu tenho um mundo em minhas mãos

querendo a tua graça conquistar



encontrei no teu braço

o traço que me aponta dor e vida

o beco sem saída à luz do dia

a calma da estrela muda brilhante

sozinha ao lado do sol





.Victor Hudson.

Tuesday, December 12, 2006

Algumas palavras.

Nunca pensei, exatamente, em mundar o mundo.

Talvez por não acreditar que pudesse eu mudá-lo.

Eu, que tenho qualidades e defeitos suficientes para me pôr indigno de nobreza tal.

Preferia aceitar um mundo totalmente estranho a cada dia, um mundo novo.

Tornar-me íntimo de sua tranquilidade e euforia, sua normalidade incomum.

Dessa forma, compreendi, que vários mundos podem habitar um único mundo.

Uma mesma pessoa, pode ela alterar a realidade de muitas, de várias, de milhares.

Transformação, é certamente a ambição de uma renovação.

A fundamental renovação de mim mesmo, aos poucos, é que rende-me um mundo mais vivo ao

próprio mundo.

Sobre Ondas do mar-inteiro.

Mar bucólico


intenso passo breve

nesse mar profundo em que tudo acho

e que perco,

já pro fundo.



nele,

raso aporto noutras terras

e em outras iço a afundar.



esse mar excursionista e singular

sempre encontra o tom de me encontrar

beber e provocar-me feito onda ao mar e às pedras


não sei que nunca saberei dele, eu,

do Mar inteiro.


pois, onde anda a onda,

- onde, eu não sei -

é que andei,

e que fui onda teimosa.



força da pedra na terra,

lavando a pedra maior.



(...)


em cada mistério imaculado de outras ondas
tecendo um mesmo oceano-de-sonhos distantes

que inunda-gotejante os pés criação,

um Mar profundo seduz
o coração perpétuo de Um amante.

Caminho.

Passado infinito



entre arestas de luz

outro caminho está


o passado,

é infinito.

passa devagar

sempre que aperece


o presente,

morre de tédio.

nasce na mesma pedra

de onde pulou


o futuro,

tombado fica no caminho.


esperando no fugor da luz e escuridão

pulsante daqueles que tropeçam em plena luz do dia

ser passado-adiante.

Saturday, December 09, 2006

Desarmonia.

.


não estou em mim agora

nesse lugar pálido onde tudo demora



céu da cor do corpo num quarto-escuro

onde repousam todos os minutos insones

do relógio parado na parede




não sou eu em mim agora

ateando fogo dos olhos pra fora



querendo encardir o mistério no vento

por não querer ver outro mistério

por não entender pra que mistério vai



o firmamento escravo no coração dos que sonham


.

Friday, December 08, 2006

Todas as músicas são antigas.

.


A cor do seu olhar


na cor do seu olhar

a cor do teu mar



a cor da flor na pele

leve e devagar

bem devagar



acordo breve

na cor do teu olhar

Thursday, December 07, 2006

a imaginação

é um cálice de absinto

Tuesday, December 05, 2006

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Texto apagado














.

Saturday, December 02, 2006

Con fuso

gosto da confusão

da sensação de acordo-algum

de alguma discórdia

estado confuso do que se quer

do que se tem.


você vê

olha, prova, sente e entende
você quer...


você faz

busca, falha, frusta e compreende
você quer...


sim


eu sinto

defininitavamente

infinitivamente

pela mente vaga e plural

gosto da confusão.


gosto também de euforia alguma.




Pois a calma Por vezes



me aborrece tanto...

Saturday, November 25, 2006

MENOS é. MAIS também é.

Quando escrevo neste blog,

muitas vezes no meio fim ou início do texto,

sinto fatalmente a necessidade de ressaltar o "acaso", a "dicotomia", e um constante "equívoco".

Como ser humano, e não-autoridade no assunto, sei que isso diz algo sobre A minha pessoa, e a maneira com que Ela encherga o mundo.

Uma realidade entre possibilidades infinitas, a minha - uma realidade? -.






Quando leio este blog,

Muitas vezes no meio fim ou início do texto,

sinto instantâneamente uma Força.

Gosto de pensar que é algo revelado a mim.

Mas - e talvez nesse "mas" resida toda a fantasia, mistério, lucidez, que um dia salvará a vida de alguém -

imagino logo em seguida, algo tão infinitamente maior, que o meu ingênuo momento de puro deleite de uma nova realidade experimentada...



um jardim lindíssimo,

nunca "visto" por mim, sua total extensão,

visto que, enchergo pedacinhos dele

por detrás da fechadura de uma porta

que parece nunca se abrir


um outro nada

depois do nada




,


some.

Mas some pra onde?





.victor hudson.

Monday, November 20, 2006

O que é e o que não é errado?

Não ouso ter certeza de muitas coisas.

Talvez porque não possa, ou por seu eu, ou ainda, por poder.





Bem.

Tive um sonho dia desses.

Sonho bastante.

Se me recordo ou não, se gosto ou não, se os compreendo ou não, bom, aí a esticada da baladeira é outra.

Neste, eu tava sentando no sofá da sala daqui de casa (sim, "tava", o sonho é meu, "Eu Tava" nele, hehe), em frente a Tv.

E do meu lado... hm, quem seria?

Rodrigo Amarante. Pois é.

Ao ouvir parte de uma música - que não consigo recordar de onde saiu, se da tv ou outro lugar - digo a ele:

"Tem música que escuto só pra ouvir um pedaço da letra".

Lembro de ter pensado em dizer:

"Tem música que escuto só pra ouvi uma nota dela".

Logo em seguida, após um breve intervalo - aquela pausa que dá tom harmônico a uma conversa, mesmo entre "desconhecidos", ou conhecidos de longa data, que aproxima e afasta, comove e liberta, complementada por um argumento posterior que inunda mais ainda o mar de sensações que antes existia; outro sabor e dimensão - ele me disse:

"Isso acontece, porque você só ouve o que quer".


Serão os sonhos, relatores e reveladores de informações que transitam em nosso cotidiano consciente ou inconscientemente?


Bom, é A Lei da Selva

- ou regra? fundamentalmente corrompível ou não -,

mais uma vez surpreendendo ou não

com seu rufar de tambores ditantes

que diz


"Aí depende daquilo que você ache que é certo ou errado".

Monday, November 13, 2006

Gripado.

Não sei "pros outros" como é a sensação de estar doente - gripe, no meu caso.

Como seria,

aquela comoção do corpo, atravessando um cômodo lentamente,

parado, olhando a mesa de centro da sala,

a dimensão dos azulejos distruibuídos simetricamente pelo chão,

a cor de uma parede - qualquer cor, mas não qualquer parede.



Ao mesmo que algo em mim (novidade de menos)

excita e alerta idéia de equívoco

do existir de "uma solução", fórmula,

imagino que esse seja um destes mistérios

que pouquíssimos vivem pra solucionar:







a diversidade da vida pulsante

que pulsa dentro

que pulsa fora

do coração que nela habita










.victor hudson.

Thursday, November 09, 2006

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Um instante



















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.victor hudson.

Poema dinstantâneo

loucura

firmeza

Um-instante

passado vivo interferente

presente

a palavra

A palavra agora

repetida

sentida

tida nova

em vida velha

viva


Outra palavra agora













.victor hudson.

Saturday, November 04, 2006

Criança acordada

nunca sei exatamente o que eu quero

ou o que é verdade

a verdade é que raras vezes eu sei exatamente o que estou fazendo

vivo algum tipo de transe lúdico

uma realidade disfarçada

isso me dá a possibilidade de realizar e criar coisas

que me fazem sentir a existência de uma força mágica pelo universo

mas

por outro lado

essa força que me anuncia e lança pra rumos mais belos e distintos

me joga num buraco negro

- eu nunca sei disso, mesmo que julgue já ter vivido tal sentimento de angústia

que mais se assemelha aos pesadelos que eu tinha, quando criança


O céu, negro intenso

O vento, estático gélido


Otempo, amorte








.victor hudson.

Friday, October 27, 2006

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Hoje não














.
Victor Hudson.

Monday, October 09, 2006

"Por quê?"

Poema de Pedra.



eu fecho os olhos pra entender o que eu vejo

acabo esquecendo todas as vozes

em que não reconheço o óbvio e o equívoco de saber não me explicar



faço do fim o começo num curto instante

suficiente o bastante pra demorar muito ou muito pouco pra saber:



que essa mesma onda

que em mim abre e fecha um mar aberto



de clara profundidade

e raza imensidão na intenção do olhar


bateu em mim já

bem antes de tornar-me pedra




.




.victor hudson.

Wednesday, October 04, 2006

Quarta-feira.

Hoje é quarta-feira.
Tô fudido em solfejo.
Meu cérebro certamente dilatou pelas tampa, de ontem pra hoje.
Pão com o ovo é massa.
Pão com alface roxo, repolho roxo, azeite e shôio (escreve assim, esse trem?), também é bom pra caralho.

O bom de estudar, viver, fazer, música,

é que o Seu Jorge toca "Tive Razão" - a versão acústica solo - pra você enquanto volta do centro da cidade, à noite, num cambão cheio de gente farta das obrigações cotidianas, com fome, preocupado e cansado de provas, e notas, e supostas "avaliações".

Amanhã será quinta, e iniciará o recesso de um mês do cefet.

Acho que vou trabalhar nesse mês. Levantar um dinheiro, comprar coisas desnecessárias pro senso comum, estudar as cores do som com a Joana, falar do que eu vi pro Fulano.

Depois é sexta, talvez eu saia com a negada.




*Seu jorge: cantor, compositor, da nova safra da mpb. [ http://www.youtube.com/watch?v=GgqF7dCJwEU ]

*Joana:
minha guitarra guapa.

*Fulano: algumas pessoas, algumas canções, quase rock, quase mpb, minha banda.

Friday, September 29, 2006

Tentativa.

Tentando a gente erra.
A tentativa cria chances de criar, e recriar a criação.
Talvez monstros, talvez amendoeiras, talvez rapadura de abacaxi, talvez um quadro, ou ainda um criado-mudo. Nada disso existiria sem tentativa.
Tentando, o homem pode viver seu dom, seu finito mundo de infinitos desacertos.
Mas sem tentar, ele corre o risco de ter vivido uma vida inteira, sem nunca saber, a calma de que é feita os sonhos.







Amor Tentado

amor.
palavra rasa, de sentido profundo. vários sentidos.
impecável sensação de querer bem,
de sentir extra falta de alguém,
de ouvir música no silêncio,
de encher os olhos em ausência.

amor.
me é um estranho familiar.
bem parecida com outro, mas distinto.
já o vi por aí. ou imaginei já tê-lo visto fora dali, e concluí reconhecê-lo
em tal lugar, repousando sua estranheza bela e euforia, na minha frente, por acaso.

amor.
não deveria tornar-se vampiro, carrasco dos que amam,
castrado por paredes erguidas como templo de virtudes, altar dos que amam.

mas obedece a sua ordem livre, sugar toda a glória existente, ou transformar(destransformar) nalgo mais a própria glória,
do sentimento daqueles que o sentiram com a ponta dos dedos.

o amor,
não é catinga de fundo, eterno.
o amor eterno não vive pra sempre o único, o outro, nem o último, o amor.
subestimado, ele é sensível ao toque, também pensa na morte, também morre.

mas acorda num dia seguinte qualquer, e abre as suas janelas, o amor:
Porque ele não resiste ao buraco negro, sem destino previsto.



.victor hudson.

Tuesday, September 26, 2006

Poema em chamas. Consumo imedi...

À vista


vista exausta

vista clara

o corpo cansa a visão


corpo disposto

corpo cansado

a visão cansa o corpo


corpo inteiro

completo de pedaços

- pedacinhos


enchem os olhos do gigante


quando encherga sossego

naquilo que não vê

Sunday, September 24, 2006

Texto para atualizar mais um domínio bloguístico.

Queria sentir-se homem.
Nada de assinar com inicais minúsculas,
suas boas intenções poéticas em publicações qualquer de blogs, flogs, grogs, seus.
Falar pouco, ou de maneira mansa e desavisada sobre o assunto que fosse,
pior ainda!
Queria sentir-se homem!
E homem que é homem, fala alto sobre assunto sem a menor importância
fora do reino fantástico do mundo da fantasia das fadas morenas e lésbicas, ora pois!
Pera.
Uma coceira, agora.
Bem ali, na dimensão do pescoço, pouco abaixo da orelha.
Está querendo se coçar.
Jamais!
Coçar o pescoço? Isso lá é coisa de homem, porra!
Homem não se coça, não desata laço de presente da tia legal!
homem rasga logo o saco!
Coçar o pescoço? Jamais.
(...)
Levou a mão direita a cabeça.
Ali foi descendo a palma e os dedos em ritmo lento,
passando pela nuca,
antingindo a coçeira do pescoço,
sublinhando a barba de dois dias pela curva do queixo,
até repousar a mão e o corpo, feito a estátua do "Pensador".
Queria sentir-se homem. Pobre rapaz de alma feminina.

Wednesday, September 20, 2006

Outra música minha.

Belê.


não sou troféu
pra você me ganhar

não sou filme
pra você me perder

não sou cura
pra você me achar

não sou a paz
pra você me buscar



não sou razão
pra você me querer

nem sou verdade
pra você me guardar

não sou instrumento
pra você me trocar

nem sou jumento
pra você me guiar




não sou teu olho
nem sou teu cisco

não sou tua boca
nem sou teu ciso

não sou retrato
nem sou máquina

não sou de uva
nem sou de vinho




beleza escondida
lá onde ninguém deixou

beleza esquecida
lá onde niguém foi



beleza rara de se ver .por perto
beleza cara de comer .de graça
beleza farta de viver .criança...



beleza viva
beleza morta

beleza viva
beleza morta

beleza viva
beleza morta


belê.

Monday, September 18, 2006

Tu chupa limão?

Quase agora, abri a geladeira e chupei meia banda de limão...

Tô aqui de pé fudido, sentado.
Hoje não fiz porra nenhuma.
Acordei tarde, almocei logo, tentei estudar pra prova que irei faltar amanhã (vou recorrer aos profs. pra refazer as que vou perder),
tentei ler, tentei ler denovo, tentei dormir, dormi um pouco mais de uma hora, e nada de cumprir com as obrigações - acho que renasci hoje com minhas mazelas de dez anos de idade.

Se nem tudo são flores, muito menos seriam só espinhos. Embora o sabor da simples tristeza pareça fatalmente tentador a algumas pessoas, na minha opnião.

Lá pelas tantas das seis da tarde, iventei de tomar um nescafé. Nalguns dias, isso trata-se mesmo de um ritual.
Um nescafé "forte", pão, ou pão, no fim da tarde. Nada de bolacha ou biscoito. Ritual do café com pão, só com nescafé e pão. Não sei fazer café (na realidade nunca tentei energicamente fazer um).

Comi um resto de inhame, junto. Sei nem como escreve-se isso. Mas não tem importância, não ficou muito bom com nescafé mesmo.

Iventei, então, um sanduíche novo - gosto de me lançar numas aventuras grastronômicas, de vez em quando. Acho que é porque sofro do mal de ter "consciência dos meus atos, ou dos atos de outros" (ao menos os alimentares),
e como muito, ou muito pouco, qualquer coisa.

Sanduíche de rúcula, alface, cebola, e azeite a gosto. Imagino que o segredo seja a rúcula (folhinha verde e armaga), porque com ela, dá pra fazer uma ponte entre
o ardor da cebola e o gosto (será que tem?) do alface. Eu gosto. Pelo menos dá pra comer um bocado e não ficar com a disposição de frango de granja o resto do dia. E a minha já não tava lá essas coisas.

Friday, September 15, 2006

Alarme Falso.

Dei Alarme Falso. Nada de "parto", nem fase, nem face a mais, não é mais que isso. Alarme falso. "Eu Falso Da Minha Vida o Que Quiser", entrega Paulinho Moska, o título de um seus irreparáveis CD´s. Ele falou algo de mim, com isso. Estou também falando dele - e de mim.

[ploft]

Minha vida é foda. A vida é foda! A de outras pessoas também. Uma montanha russa de significados, atravessando trilhos de equívoco sem ligar muito, ou muito pouco - Equívoco? Do que eu tô falando? Eu não sei! Equívocos ou equívoco nenhum!

A existência dispensa o lugar de manifesto. O convite para a vida dispensa o convite, luzes, sapatos, dna, dígitos em um contra cheque, corpos perfeitos, deficiência visual, cão raivoso, Paulinho Moska sem um violão, canditado tal reeleito pela sétima vez.

A vida é uma festa. Deus dá valor um "boneco" também que eu sei (eu que encontro forças não sei de onde, pra entender que não sei isso, e o digo sentindo-me mais leve de uma ponta a outra alma).Nos convidou a tanto tempo, que nos esquecemos constantemente que a festa começa bem antes de acenderem as luzes.

Ia postar um texto que produzi nessa semana. Sobre mim, outras pessoas, e outra coisa que nunca sei direito o que é. Mas, sei lá. É foda isso.

Monday, September 04, 2006

Meu Paradeiro Partiu.

"do parto
eu parti"

para partir novamente
tô por lá:

www.fotolog.net/vendoemquando

Wednesday, August 09, 2006

"No mudo."

no mudo da voz que meu silêncio ouve.


já cansei de tentar me definir-
tentar voltar de onde nunca estive,
parar de ir onde sempre estou.

o que de mim simplesmente sobrevive ao tempo, quando imagino,
a que ponto cheguei,
o quanto bem sucedido fui,
ou amargamente equivocado me mantive?

agora mesmo, por exemplo,
outro mundo é mundo novamente.

daqui pra lá,
no eterno movimento dos corpos,
eterno momento que jamais conheci,

é outro, o antigo mundo.

é velho o mesmo mundo,
em que o mundo se criou,
e no meu, hoje achou de nascer.


.victor hudson.

Wednesday, August 02, 2006

O silêncio não reconhece seu lugar, está sempre presente.

Não queres falar comigo agora.
Não me dissestes nada.
Mas bem, partindo de tal pressuposto, do teu, por mim sondado, imaculado silêncio - não um indiferente e
glacial, rastro apático da bola de neve dalguns amores -, sei que não queres falar comigo.
Talvez tenha sido algo que eu falei. Ou mesmo que deixe de falar. Ambas as possibilidades (considerando aqui, das minhas, alguma natureza de vitalício egoísmo?)
apontam minha irregular capacidade de enchergar, assumir e revelar,
ações e sentimentos, inclusive dos que também não ouso questionar.
Não queres falar comigo agora...
Que coisa deveria eu dizer, se não em minha ânsia de te fazer "ouvir-me", devotar maior respeito ainda ao teu silêncio, silenciando também meu verbo
inflamado de contradição e receio?
Não queres falar comigo agora, tudo bem. Talvez ainda não possas dizer, senão ver, o quê do silêncio do mundo brota, assim que é fecundado junto do teu.

.victor hudson.

Wednesday, July 26, 2006

Música nova.

Menino calado.

Quem te vê assim sentado,
Mal sabe que andas a viajar, parado no teu canto
Horas e léguas daqui...

Quem pensou que a vida se deixa namorar,
Deixou tanto drama no teu drama que outro alguém...

Perto de ti, te abandonou,
Dono de um vazio reincidente,
Vivendo a alegria do acidente.

Apenas falar do que só sabe ver,
Pra ti que tem força pra saber que existe,
É fogo na roupa que o teu silêncio veste,
E pimenta no refresco do ar que teus olhos bebem tão bem, também.

Ouviu, quando O silêncio tinha razão?
Em vão, por acaso ou sorte, sei lá:
Lá vem ele poder, com seu poder de continuar a continuar em nós...

Monday, July 03, 2006

Passado.

Voz desabafada


Novamente o presente converte minha fronte em drama.
Segue de mim, ou para mim - ou os dois-, uma crescente força silenciosa na tensão do cenho, na medida em que algo escuto.
Mas, onde cabe insensato potencial dramático, criador cruel de uma razão corrosiva, e ditador da realidade vivida,
senão nos olhos fundos e fatalmente escurecidos pela carência dalguma vitamina de revelevância, daquele animal, entusiasta da vaidade
por acidente da natureza, vivente íntimo do acaso por sorte?

"O azar é meu, se você o quiser, azar."

Friday, June 30, 2006

"Quem tem consciência para ter coragem? Quem tem a força de saber que existe?..."

Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.


Paulo Leminski.

Wednesday, June 21, 2006

Ouvindo Portishead [only you].

Tela-escura.

Agora não tem poesia.
Em letras brancas e estilizadas, surge e progride verticalmente numa tela escura,
poesia alguma: um derradeiro final - estado de apogeu da ânsia, pelo Poeta imaginado
e sofrido por vaidade - para um esboçado-feliz-açucarado começo.
Aquela canção soturna - exaustivamente reproduzida em seus ouvidos - que outrora escutara
um trecho em virtude da boa e velha memória fonográfica, começava, agora, do meio pro fim, desde o início.

Sunday, June 11, 2006

Ex-fera de quatro rodas: Par polido, Par moído.

Te acalma, Victor.
"Tá dormindo", "foi ensaiar", "saiu agora", "não sei aonde".
Cuidado com o tempo, esse mal tempo massacrante:
cotidiano-esmagador, olho-achatado da visão arcana do ser - sentir.
Te acalma que falta nada pro passo seguinte. O relógio no alto estalou.
É o marco zero do teu vôo derradeiro. "Pousa em mim, que nada espero de ti".
Alivia tua ânsia no pouso e em partida - gozo do momento -, mas não te esqueces:
A viagem é uma só.

Máquina do Tempo

Você é tudo que eu tenho.....
Desde que perdi a minha tristeza!

neruda.

Tuesday, May 23, 2006

Absorção.

Todo céu,
Qualquer inferno,
Minha alma nem sempre é tão forte
Pra suportar.

Meu poético suporte, medo maior,
É pois estar para tudo que há na vida:
Infinito amor, morte,
Acaso de sina ou sorte...

Thursday, May 18, 2006

Sobre alguma coisa em torno do estranho destino das coisas serem extamente o que são.

A aranha no teto do banheiro.
Ela tava lá - ainda deve estar - parada, de cabeça pra baixo, com a patas no teto...
Isso é "minha" opnião. A conclusão limitada de um homem que acha que sabe que sabe.
Fui ao banheiro, dei uma bela de uma mijada, e encherguei a aranha, só. Encherguei a aranha... Bem, há quem diga que só enchergamos aquilo que queremos ver. A aranha no teto então, parecia-me do tipo paciente... do tipo paciente mas que "não leva desaforo pra casa". Ou ainda, acabara de levar desaforo pra casa, e ali aliava determinada rabugice cotidiana ao seu signo regente - capricónio, provavelmente. Mas possivelmente, dadas as circunstâncias, probabilidades, inconstâncias, e o horário, ela só estava tirando uma cesta.

Sunday, May 14, 2006

Partes Coração.

meu coração bate tantas vezes...
foge ao pranto,
é no peito,
foi de tantos,
foi minúsculo,
outro músculo é .

(...)

coração...

prefiro de frango.
sem dono, sem pele,
de bandeja, na boca.

rasgo no dente,
pressinto-o no cheiro,
mastigo inteiro,
não restam pedaços...

(...)

coração de pedra
nada espera
me corta a emoção
despedaça a visão dos meus sentidos
e cega o olhar em procura a ela

coração de ferro
fere e cura em brasa
candura dura e nunca vem também
esfria e espera
na esfera que não o atravessou além...

Partes coração em parte.
Emoção,
para o meu amor passar,
separa...te de mim.

Thursday, May 04, 2006

Começo de Semestre.

04 de Maio. Começo de semestre. Começo de uma porrada de coisa... Coisas novas, antigas, novas metidas a antigas, e antigas metidas a novas, as de sempre, as de vez em nunca, etc. Sempre acabo me impressionando como as lentes da razão me causam sensação de Dejavour. Diante de gente que eu nunca vi, e acabando julgando, premeditamente, conhecer. Deve ser um tipo de vício - no meu caso -. que nosso mecanismo de defesa acende assim que é intimado por uma presença estranha. Como, para um paraquedista calvo e profissional, que num salto dá de cara com um E.T. de rastafari, deslizando suave de sundboard pelo vento, com uma camisa do Led Zeppelin . Isso ( o desconhecido... essa minha sensação, ao mesmo tempo de um dejavour e marasmo) me lembrou Lenine: "É a Lei, ninguém faz idéia do quê vem lá". Se fosse diferente? Dá até medo de imaginar... Mas esse é um trunfo da natureza que acho fantástico. Na minha modesta condição de homem que pensa que sabe, que sabe, também torna-se exaustiva: Começado, não há final.

Thursday, April 20, 2006

Esfera de rodas.

É preciso esquecer o passado para viver o presente.
Não, aliar-se a indiferença, ou dar um passo adiante do que for, em qualquer direção.
Como se, um simples descolcar-se fosse transpor os erros ou acertos pra um local a sete
chaves.

É preciso parar.
Olhar para dentro, para trás, para frente, enchergar a vida que existe fora de nós.

É preciso estimular a cegueira.
Enchergar que os mesmo rostos, os mesmo mundos, estão
com os sentidos igualmente abalados, pois os sentidos sempre se põe abalados.
Estão em constantes colisões sísmicas, porres de vinho, primeiro beijo,
segunda fase de química.

É preciso lembrar.

Friday, April 14, 2006

Mussitação...

talvez seja o silêncio
essa música triste tocando repetidamente
eu que isento o presente ouvindo mil vozes e ausências
dalgum canto o calor moderado que anuncia chuva
esse momento escuro na clareira dos sentidos
aquele que foge e chega em mim
os mesmo erros
minha coluna vertebral
essa memória viva que mata e doa sem morrer jamais
aquilo que nunca pode ser dito

Saturday, April 08, 2006

e...

Caminhada

eu que tanto deixei
hoje achei de me perder em ti

fazer-te ouvi o que eu sinto
num idioma que inventei

eu que tanto fui
hoje esqueci tudo o que não era teu

entreguei ao te enchergar
minha pele ao avesso na palma das tuas mãos

nos teus olhos aos cacos vidro ante um começo
desconhecido que reconheço é o amor

não lembrei a felicidade esquecendo a dor
por um instante não fui instante anterior

era calor, era calafrio,
era um caminho, era ela.

Saturday, April 01, 2006

Voz de quem

De quem é minha voz
Ela ouve e não me avisa

O novo mesmo beijo que beijei
A antiga nova pessoa que eu já vi
De quem é a voz dessa vez
Nas vezes, nas vozes, que ouvi

Saturday, March 25, 2006

Hoje não tem título... Oo

É um saco.

Você tem uma idéia, liga o pc, pensa "pow, tenho de por um título", deixa outros blogs, flogs, qzrogs e bulowigsss tomaram a dianteira do pensamento e do micro, e enquanto isso o que queria escrever, dizer, ser regristrado, "pega o beco", "droba à esquerda", "não tá mais nem aqui".

Hoje tive um dia agitado, nessa minha consciência pseudo-cosmopolita litorânea. Mas queria dizer que ter um blog é algo fantástico. Não há segredo. Você escreve, descreve, blá blá blá, não diz nada, fala mais do que deveria, e está tudo aí... pra quem quiser ler. "Infinito Particular", diria srta. Marisa (claro q a ouuuuuço...).

Aliás, alguém ae já ouviu esse novo CD dela? Infinito Particular. O nome já sugere um atrativo. Mas não é interessante supor que há tantos infinitos particulares por aí quanto há pessoas?!

Ínfimos infinitos particulares, destribuíbos por todos os cantos, encantos, e lares. Portas de entrada e saída, que só a cada um foi confiada determinado caminho e responsabililadade.

Infinito, infinito... que idéia mais - infinito particular ? -, ilustraria tanta beleza e indagação!?

Enfim, vos deixo com algo de alguém que talvez saiba do que fala:

"Pois viver deveria ser - até o último pensamento e derradeiro olhar - transformar-se."
Titia Lya Luft.

Monday, March 20, 2006

Sonho pós-carnaval.

Era carnaval. Numa das duas casas onde a Tia Jacinta nos acomodou, eu andava de um lado para outro olhando o que os outros
estavam fazendo. Eram eles: Baby, Daniel, Cabeça, Jamille, Rafamen, Dourado, Carlim e Divino. Parecia haver "mais alguém" na
casa. Alguém cujo nome não era do nosso conhecimento, no entanto, "A pessoa" não nos era estranha nem ausente.

Lá fora, na rua, por volta das 17hrs, as pessoas começavam a se agrupar e preencher as ruas - as calçadas, agora, gozavam
solidão em sua liberdade, pois em algum ponto, desabrocharam desinteressantes, feito flor sem espinho.

Resolvemos dar uma volta. Logo defronte, pessoas e pessoas logo providenciaram ansiedade nos meus olhos.

Alexandre Frota está aqui? Nesse carvanal litorâneo entre tanta gente, no nosso carnaval?

Ele me conhece. Não ouvi pronunciar meu nome, mas eu sei. Troca uma gaiatice ou outra comigo. Seria carnavalesca?
Lhe indenizo a oferta do bom humor com humor. Seus amigos, que ao lado, em pé, estavam, riem bastante e até mais que nós.

De algum lugar escorreu por todos os cantos, a noite. Escuríssima. Somente clara, as vontades.

Em torno da Tv, na área da frente, num desses sofás que contornam a mesinha de centro da sala, entre almofadas e risos, as
horas da primeira noite passeavam conosco, de mãos dadas e passos curtos.

Outrora, ainda a tarde, observei a casa, de pé na linha do portão de entrada. Eu já havia visto a casa. Até estado nela.
Nos conhecemos em outra ocasião. Mas não num carnaval, ou praia. Nós, eu e a casa, éramos
os mesmos de antes, a vida que ali inisistia é que não.

Então, alguém força com sutileza o portão de entrada. Eu sabia que isso aconteceria. A casa e eu nos conhecíamos.
Mas como? Sem palavras ditas quase por automatismo, a alguém que queremos conosco sem precisar?

Era um ladrão. Na realidade, não era. Só mais um infeliz a mando de outro infeliz, que
acata ordens dum terceiro infeliz de raciocínio mais rápido.

Quando esse enfim arromba a fechadura, é surpreendido por mim, Daniel, Baby e Divino.
Estávamos juntos a porta de entrada, esperando entender o incoveniente.

O infeliz apovora-se. O que ele esperava? Mulheres semi-nuas, sabor jujuba, completamente eembreagadas?

Divino, o mais próximo da entrada, é surpreendido por uma gravata do Incoveniente. Na mão do pilantra,
uma tesoura de podar arbusto ajuda a estender o drama nos olhos dos que assistiam - os mais apavorados, talvez -
o episódio inusitado: Dourado, Carlim, Jamille, Rafamen e Cabeça.

A aparente existência do "sem-nome", se intensifica na momento da tensão. Eu sinto. Enfim surpreendo o ladrão e resgato o Divino,
em seguida, atinjo o braço esquerdo do infeliz com a tesoura de podar. Esse então, corre absurdamente rápido, não o alcanço.
Ele fogiu. Nós ficamos bem.

É tarde novamente. Quero encontrar algo, ou alguém, que não recordo direito. Certo apenas, me é, a falta desse "algo". Cruzo
com alguém assitindo Tv enquanto atravesso as divisões da casa, acho que é o Carlim.

Saio pela porta da frente, atravesso a calçada, prossigo caminho pela rua. Faz muito Sol mas o calor é modesto. Dobro na
primeira rua a direita, é o rumo do mar. No momento, enchergava de longe o mela-mela que dava as caras na orla.

Achei o Dourado. Sentado numa cadeira de plástico - dessas vermelhas feitas pra quebrar, e com merchan de cerveja. Ele toca
uma composição de acordes soltos sem rigor de tempo, num violão velho acomodado no colo. Acho que é o dele.

Então, ao me aproximar ainda mais, escuto ele dialogar com alguém em tom de graça, porém sério na imposição. Quem seria?
Um amigo desses antigos a quem acabamos por devotar respeito por sempre acabar ali, diante de nós, compartilhando sutilezas
e conversas que nunca terminam?

Era uma cabra azul! Os dois conversavam algo sério e mantinham uma frequência calmíssima. Não sei realmente se era uma cabra.
Acho que era mais como uma ovelha. Talvez tivessi chifres, não lembro.

Fiquei desconcertado com a imagem. Dourado conversando com uma cabra azul que talvez possuíssi chifres? (Hein?) Eu queria e sabia
que não podia rir. Ri assim mesmo. Não suportei o peso, no abdômen, no olhos...

Retruquei a cena em tom de ironia de criança precoce. "Eu tô atrapalhando alguma coisa?", disse.

A cabra, irônicamente com a áurea de quem não quer ou pode perder a esperança na boa índole dos homens, responde, "Talvez você
atrapalhe". Nesse momento, respiro um ar frio e profético enquanto o dito cabreiro ecoa nos meus ouvidos. Dourado ria sutilmente
apenas.

Continuo a caminhada até a praia. Quando haveria de achar o que me guiava até ali, e adiante? Ali? Adiante?

Chegando num aglomerado de pessoas entre alguns coqueiros, alguém me suja de maisena. Dourado, Cabeça, Divino e Carlim, de
repente seguem logo atrás, me viro bem rápido e os vejo perto.

De repente estou de pé sob um quadrado de concreto na areia. Um único quadrado, não um caminho composto por vários quadrados pra chegar
e ir a algum lugar. O barulho agora está longe. Ainda vejo as pessoas, porém menores, e não as ouço. Ainda é a mesma praia, o mesmo Sol. Só não
é o mesmo, o vento. Sinto que entre os meus dedos tecem constantes luvas, que vez ou outra, devem revestir e proteger parte do mundo de uma ameaça
invisível.

Uma imagem infante parece me dizer que ainda não achei o que estava procurando, ou o que me procurava. Maior agora, sentia a
mistura de uma nova busca e descoberta que iniciava ali.

Thursday, March 09, 2006

Bip!

Fui ler Saramago,

Deixe seu recado após o sinal...

Sunday, March 05, 2006

Outra máscara.

de mim caiu mais uma máscara
o que fica após? - existia algo atrás que ali ficava antes da queda? -
outra máscara a espreita da frenquência da luz,
calculando a guarda,
prevendo coisa com coisa que não se pode prever
enquanto também não cai?
não. não sei como, mas não sei
como a sensação de sensatez parece brotar deveras prudente quando nossas máscaras caem
no chão. quando a aparição pela exposição dos nossos erros ofusca qualquer verdade maior.
como retomar com maior força a consciência de ser errante no sonho único, que fica e começa
pela metade.

Friday, March 03, 2006

Falta de absurdo.

Esse não é um blog inteligente. Se é que, um "blog" ele venha a ser. Atualizo ele poquíssimas vezes. Não é um blog inteligente porque não pertence a um dono inteligente. Se eu fosse, utilizaria essa ferramenta inimaginável e prática, para fins lucrativos, altruísmo, terrorismo-onlline... mas, sei bem pouco ou quase nada além das matérias dos telejornais, e revistas. Acho que, no fundo, imagino a possibilidade de um E.T. no outro lado da tela, lendo ele - "o meu blog" -, e imaginando algum outro absurdo nunca visto antes no mundo dele.

Tuesday, February 21, 2006

leme-leve

sem futuro
sempre livre
sempre sempre

Monday, February 13, 2006

amei meu amor
e sufoquei ela.

Sunday, February 12, 2006

Acaso de vida ou morte.

Vida

procurei uma foto, uma palavra
uma frase, um ponto final
uma música, um acorde
um instrumento silencioso...

da vida não há fuga
se dela cansei
se nela inventei
desafiei o tempo o tédio a irônia
criei e rompi casos com heróis fantasmas
vivi o acaso com um par de pernas que em canto nenhum soube ficar

incessante
sempre a dar o ar de sua graça
a terminar e começar na largura dos pulmões
a romper e cumpri promessas no apogeu dos astros
destemerosa e pontual
presente
só a vida se encontra

Sunday, January 29, 2006

"Nada", dá em quê mesmo?


Bom. Estou pensando - ao longo que organizo - em montar uma seleção de poemas meus. Vou postar alguns ao longo dessas semanas próximas. Esse que segue é algum tipo de intento gaucho e instrutivo para os demás. Escolhi esse título - velas ao vento - pq passa a idéia de algo exposto, impreciso e aberto. Pro bem o pro mal espero que seja do deleite de alguns .




Velas ao vento

As palavras aqui encontradas

Inutilmente
Entusiastamente
Aparentemente
Por acaso
Todas aparência
Todas gastas
Todas vivas


Se encontrarão-desencontrarão todas enfileiradas afim de validar um único ponto de vista.

Com tantos pontos
contrapontos
E nebulosas.

Velas ao vento,

Chama que queima
Barco que navega

Vê-las luzir
Perca-as de vista

Saturday, January 28, 2006

Passado. Pessoa.

A mesma - Falar no passado - isso deve ser belo, porque é inútil e faz tanta pena...

Segunda - Falemos, se quiserdes, de um passado que não tivéssemos tido.

Terceira - Não. Talvez o tivéssemos tido...

Primeira - Não dizeis senão palavras. É tão triste falar! É um modo tão fácil de nos esquecermos!... Se passeássemos?...

Terceira - Onde?

Primeira - Aqui, de um lado para outro. Às vezes isso vai buscar sonhos.

Terceira - De quê?

Primeira - Não sei. Por que o havia eu de saber?

(Fragmento de "O marinheiro", Fernando Pessoa)

Saturday, January 21, 2006

O que era mesmo que eu queria dizer?

Mas que coisa. Quando dei por mim, já estava aqui!

Pés no chão, mão no queixo.

Apenas nítida a peleja do corpo travada contra a gravidade, e a sensação de inércia nos sentidos. Sentidos que se repetem, intermináveis e ininterruptos.

Peleja essa, que ao menor movimento, já estrondosa ecoa e compõe, infinitas canções pela mínima tensão de cada fibra de cada ser repleto de paixão e esquecimento.

Mais uma vez, por não, e "para terminar":

O que era mesmo que eu queria dizer?

Tuesday, January 17, 2006

Engarrafamento (e)...

Não queria reclamar.

Hoje não fiz nada que queria fazer.

E uma barata entrou na minha calça.



[Pensando...]

É possível inventar cerveja (com álcool) que não cause ressaca?

Sunday, January 15, 2006

Cão que não ladra, não mama.

Sentado em meu quarto, chegando a página 8 de "Os tolos morrem antes", a Luna começa a latir.

No meu som toca os primeiros minutos de "pride" do u2, em volume nada conciliável ao sono dos vizinhos.

E no quarto da minha mãe, lá pelos 30clicks do volume, o Big Blerg Brasil dá cabo a sinfonia indigesta do doce lar.

"Cala a boca, Luna!"
"Que é que esse cachorro quer?"
"Zzzzzuuuuaaaaaaaada, rapaz!!!"

Por que os cachorros latem quando há comida, água trocada, e barulho discrepante ao lado de seu aguçado ouvido?

Bom, dos outros eu não sei, mas a Luna não suporta os ruídos (gato, cachorro, papagaio, manga... ) camuflados no véu da noite, e não dispensa a minha mão coçando a parte de trás da zureba direta dela.

Cocei a zureba dela. Acho que ela se calou.

Pera... acabou de latir.

Friday, January 13, 2006

Foi nesse instante.

No momento

No momento
Não sei que vou morrer
Se irei viver ou não
Se irei sonhar ou findar sonhos homéricos
E se irei apreciar a atualizada beleza diminuta
Que por anos o mundo fielmente
Finalmente e provavelmente irá me oferecer
Não sei

No momento
Sei da vida nesse instante
Nesse exato momento
Da ausência das cores
Do ofuscamento da luz
Da coceira e do calor
Da presença de determinada sobriedade
Que me possibilita minutos de euforia nenhuma
E dalgum lugar traz toda a calma do mundo
Que retorna a não bastar...

No momento
Sei que até a hora de dormir
Os olhos assistiram ao caminho de volta
E mesmo que volte de onde saí
Não sei o que vou enchergar

Tuesday, January 10, 2006

Quase agora:

Quase agora, agora;
meio-dia;
meia-hora;
mês inteiro;
mais de ano;
nesse minuto;
etc...

Monday, January 09, 2006

Acordei as cinco e meia.

É isso! passei no Cefet!

Me matriculei hoje. Foi foda, pra variar. Tenho forte tendência a desacertos diante duma ficha de dados pessoais, impressionante...

Acordei as cinco e meia, tomei a boa e velha Topic 55, esperei o Banco do Brasil (da reitoria da UFC) abrir as oito, um pássaro cagou em mim, levei aquele chuvisco das sete e meia, voltei pra casa - percebi que havia deixado o boleto de pagamento noutra pasta, e, bom, retornei e me matriculei. =]

Enfim, não importa o que você faça, se você não fizer o que tem de ser feito, o resto parece dispensável.

Um passarinho me disse isso.

Sunday, January 08, 2006

Dor de barriga.

Puta que pariu.

O que é pior, dor de barriga, intolerância paterna, ou dor de barriga com intolerância paterna junto ao sarcasmo de terceiros?

Saturday, January 07, 2006

Acho que esse é meu quinto blog.

Já comecei outros tantos blog´s.

Em virtude disso, cá estou intentando emplacar mais um! que audácia...

É uma frustação!

Esses blogs, flogs, grogs, frogs, parece que são eternos!

A gente morre de escrever e lê-los e ainda assim parecem vagos, irrevelados, secretos, tristes, conciliáveis, e intermináveis.

É que nem diria o sábio Mução, - não subestimem nem se prendam as suposições que um "condinome-beijaflor" pode designar - "isto também é que nem catinga de fundo, é pra sempre".

Fuleragi all naiti. A gente se vê por aqui.