Wednesday, February 20, 2008

Outro dia

tem um buraco nalgum canto do meu olho
que suga minha paz de espírito.
abro o olho - eu acordo -
e antes de abrir os olhos
já sinto um desassossego pousar.
acordar Noutro lugar
no Outro dia que não esse,
onde não sinta nem ausência
nem paz de espírito, isso me sugere plenitude.
Mas é minha imaginação fugaz e julgo equivocado,
- que constato dispersa no mundo -
nas sofreguidão das pessoas,
na nítidez das cores,
e no calor de certas horas,
que ainda me mantém de pé
e move minha esperança,
que enterram meus pés na lama
e fervem meu sossego.

Tuesday, February 05, 2008

Ouvir música

ouvir música não resolve
os problemas pessoais.

se assim fosse, o carnaval
estabeleceria determinado período
de graça entre as pessoas, eu não precisaria
comprar encordamento nas próximas dez
próximas encarnações, existiram mais fones de ouvido
que pessoas no mundo...

ouvir música,
no fone, no som,
no silêncio, na cor do dia,
- provar da sensação de estar -

não é como
estar com dinheiro sobrando,
ter a fórmula da coragem,
dizer a palavra certa pra expressar a quem amamos,
ou saber perdoar alguém no momento que nos magoa...

não é garantia de felicidade, solidão, estado de graça, compreensão...

ouvir música
é talvez uma 'garantia' que

nossa transição pelo mundo
não quesita em contratos de que
devemos ir além da efemeridade
que supomos da natureza que nos possui,
- nossa vida -

e que ela, A vida, se nos converte no minuto seguinte
com o carimbo insustentável do destino ou não,

é porque vibra latente dentro de nós,
e não no que nós vemos.