Saturday, December 29, 2007

Hoje, Agora, Agorinha.

Sem nem me dar conta
- do que estava adiante -

acabei percebendo
como queremos alguém
que irá nos tornar felizes,

nos trazer o aroma que
A vida exala.

o romance dos livros,
do cinema, da própria Vida

Compreendi o fato de que não
existem dois se não houver um e um

A felicidade a abundância
são sentimentos que chegam até mim
e através de mim

Enviados por tantos e tantos pelo espaço.
Se estou buscando harmonia,

ao mesmo me torno ela
e parte da harmonia existente no universo

e isso é so uma
parte

Sunday, December 09, 2007

Impulso

o tempo não parou um instante até aqui.viajei dias até esse momento,e mal consigo separar passado e futuro.
o presente me é mais fácil conceber,porque é tão misterioso,
infinito, e essencialmente mágico...
me sinto irmão-próximoatraído e conectado pela distância da liberdade
e do que não é suscetível de um pleno entendimento.
é meu sentimento no instante que evoca o domínio do meu tempo,
a hora na minha noitea rua no meu caminhoa janela na minha sombraa sombra na minha mão
.dou voltas por diferentes lugares com meus olhos fixos no tempo,
e o aglomerado desse momento,dá vida ao movimento seguinte.

Wednesday, December 05, 2007

01:55am

Inepto.


há momentos
onde seria bom não PENSAR.

ou não pensar no
que deveria PENSAR.

não PENSAR em algo que baste.

01:46am

tempos sem escrever.
e sem ler descentemente
um bom livro inteiro.


se eu fosse descrever
como termino meus dias atualmente,

eu diria,

que é o melhor momento
a melhor parte
a melhor hora
,
'o Dark Side of the Moon com o volume no talo
escutado pela primeira vez'
.

isso

por que não tenho aula,
o telefone não toca,
o carteiro não trabalha,
o povo da casa tá pelo terceiro sono,
os cachorros não tem fome - ou somente fazem menos zuada -,
a campainha não toca,
e a cozinha só tem o barulho do motor da geladeira.


na real não tô protestando contra nada citado.
sim, reavendo à minha necessidade humana de quietação espiritual.
que anda pra além-do-arco-íris da acepção da palavra 'paradoxal'.

mas isso não tem nada a ver.
se você pensar outro lado.


Pensar.

do Lat. pensare, freq. de pendere, suspender

v. int.,
formar ideias;
raciocinar, cogitar;
reflectir;
ter certo parecer;
julgar;
prever;
ter cuidado;
v. tr.,
imaginar;
julgar;
supor;
conjecturar;
calcular;
ter no espírito;
aplicar curativo a uma ferida;
medicar;
olhar pela limpeza, sustento e vestuário de uma criança;
dar penso ou ração ao gado;
s. m.,
pensamento;
opinião;
ponderação.

Monday, November 05, 2007

Mania de ler jornal.

A pouco estava lendo o jornal.
Coisa que faço pela manhã, quando
irresponsavelmente falto a aula, ou
raramente acordo cedo e em disposição
intelectual, nalgum feriado ou fim de semana.

Assim que abro o jornal, vou direto no caderno Vida & Arte,
nas programações, e notícias de cinema e música,
e no caderno Buchicho, na sessão
de horóscopos.

Confesso, me apetece um bocado
ler sobre meu signo, e de pessoas próximas,
inclusive nos dias que as idéias dali
não se enquadram muito no meu contexto diário.

Uma das razões pra isso - e, sabe Deus, pra quantas outras coisas -,
é que não consigo controlar minha euforia,
no momento em que posso reunir uma ruma de respostas e perguntas, e outras óticas,
e sinto a existência de um espaço, que me modifica, e que posso modificá-lo.

Quando leio uma coisa, ou escuto, ou assisto, os três, ou mesmo, sonho,
e algo se aloja em mim, me emociona, parece vir à tona
algum pedaço de memória, a lembrança antiga de alguma coisa que só posso
não compreender totalmente,
e se estabelece dentro me mim e no mundo, um tipo de diálogo interminável.

Thursday, October 25, 2007

Costumeiro

.




me fascina o 'realismo'.
o sujeito de discurso realista.
a atual realidade.

talvez por não ser, eu, um realista.
ignorante e tranquilo comigo, não compreendendo
o tempo exato de vida

que circundam as coisas findas.

não me habituei a acreditar em coisas findas.
não me perguntem porque, mas só penso que há
um constante começo aqui e agora

- e um acolá que eu nunca vejo, ou poderia.
talvez esse o que eu mais acredite,
justo por não ver -.

podemos definir o 'invisível'
como o real que não é visto

e a realidade com o que nos
habituamos a não ver



.

Thursday, October 11, 2007

Quase agora

Tô ouvindo os últimos 20segundos de 'Vida em outros Planetas' .
Faixa do Cd de um caba bom, do Rio Grande do Sul, chamado Rafael Sonic. O nome é meio peba, mas o som serve de álibe, e tem na TramaVirtual. Um folkzimpopdespretencioso,
daqueles que, quando você, numa véspera de feriado, ficou em casa chocando na internet em vez
de viver mil aventuras que seus filhos nunca iriam saber,
consegue até lembrar de épocas luminosas da infância. Massa!

Friday, September 28, 2007

Actual

.


se você olha por um tempo pro espelho
ver coisas que também veria
se não olhasse tanto pra ele?







.

Tuesday, September 18, 2007

Memórias

eu tenho uma gaveta tão cheia que nem sei mais o que tem dentro
tenho um violão sem cordas
eu tenho coragem e sei aonde eu vou
tenho fé, amigos, uma banda, e meu primeiro par de baquetas

eu tenho uma janela que dá pro jardim de trás da casa
um jardim que dá pro muro do vizinho
um muro que dá pro moinho no jardim-detrás do mesmo vizinho
e O moinho que dá pra um céu claríssimo na minha lembrança

tenho o caderno da minha sétima série todo rabiscado
de vários poemas esquisitos até pra mim
e desenhos daqueles tipo 'sr. palito'

- devidamente produzidos durante as aulas de química -

eu tenho sentimento que só a gota d´agua dentro do meu olhar
e é frequente persuardir-me com frases tipo 'os pensamentos transformam-se em coisas'
ou 'os pensamentos transformam coisas'

- quando repito-as, parece-me que cada uma quer dizer algo diferente da outra, do que eu disse, do que eu lembrei, do que não consigo recordar, e principalemente do que de fato não-aconteceu, ou existiu na minha memória -

.

Thursday, August 09, 2007

Um nada

falar do amor
sensação de comoção
mesmo do dissabor

é tão belo
e como soa raro o falar
vem pertinente à beleza
ou alguma beleza Maior que essa

é um gozo de acreditar, falar de amor
uma verdade sem distração
o estranho mais fabuloso perto da porta

a língua e tradução de um nada definitivo

pó que cria
um nó que desata
um nada que some e faz falta

Monday, August 06, 2007

Falou Fernando

O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe,
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...


Fernando Pessoa

Tuesday, July 10, 2007

O ontem e a infância.

Escrever sobre ontem
normalmente não
é uma tarefa fácil pra mim.

Falar, porém, de um passado
que de fato não existiu,
é naturalmente algo que
faço com maior fluidez.

Essa tendência a composição
do meu próprio tempo, e realidade, é
um traço, deveras paradoxal,
que carrego desde a infância

(Brincar de 'Que ninguém pode ver a gente',
expressão recorrente que eu e meu irmão
usáva-mos num ato de viveza,

onde nos escondíamos dos nossos pais,
debaixo da mesa, atrás do sofá, da porta,
no breu do corredor,

e, mesmo sabendo que eles nos viam,
nós dois, pra um lado e outro da casa, sabíamos dar importância
a aquela configuração de talvez estar invisível,

e poder olhar o mundo da maneira que queríamos.
Era o que nos nutria de um misto de
raciocínio e agudeza de espírito, que

até hoje sinto como uma espécie de perfume-atemporal,
que pra sempre, seduz tudo que atravessa o que é rigor e criterioso em mim,
e conduz minha infância e paz de espírito a um lugar comum).

Monday, June 25, 2007

Fluxo

25/07/07

O afeto pelo que é vivido surge
E o amargo do que foi só pensamento
Me perdeu outra vez

Para a profunda sensação de estar vivo
De ser aquele que toca o Instante e é vida

Que não conspira o silêncio corrosivo
e carrasco de tudo que é movimento contrário ao seu

Monday, May 28, 2007

Rinite e sono grande.


Florzinha amarela

I)

acordei agora.

"outro sonho estranho".
a dor no zói, e na cabeça,
lembravam-me, exaltadas.

(...)

no sonho,
eu andava até a
cozinha da minha casa,

ia até a grade que
levava a entrada:
E o jardim inteiro

havia sido tomado de uma planta,
que tinha vários formatos e
tamanhos, de uma mesma florzinha amarela.

lembro de ter achado bonito.
havia muita tranquilidade,
e em mim logo firmou-se.

- tava bastante claro. mas na medida em que
meus zói não ardiam.
Aquela luz branda,
era mais como um véu de luz, sobre o jardim.

lembrou-me 'A lenda'.
aquele filme réi dazantiga,
com o Tom Cruise bem novim. -

quando me dei conta,
aquela Florzinha amarela
seguia brotando na ponta do meu dedo.

bem rapidamente seguiu pela mão,
e já no caminho do braço,
esfreguei a outra mão, limpando, assustado.

então me afastei
em direção meu quarto. tudo normal.
fui conversar com algúem (acho que era o Divino).

até que sinto uma coceirinha nas costas.

olhei meu braço esquerdo espantado.
Agora brotava a Florzinha novamente,
sendo em crescimento maior que a outra,

e espalhava-se com maior rapidez, cobrindo já quase todo meu corpo.

saí correndo devolta pra cozinha.
lá haviam outras pessoa (quatro no máximo),
que, não sei, se não conhecia, ao não as enchergava bem,

mas que também estavam cobertas da
florzinha amarela,
já quase o corpo inteiro.

nesse momento em diante,
não conseguia conter a ação da florzinha,
brotando em mim.

não havia espelho por perto,
mas acho que virei a planta do jardim,
no fim do sonho.

II)

acordado antes.

acabou o ensaio.
as coisas (cabo, guitarra, teclado, ...)
já tavam no carro,

e eu esperava a negada
do lado de fora do
sítio do Dourado.

em torno do terreno da frente,
havia uma planta de florzinha amarela,
que minha cabeça, sabe deus por quê,

sugeria-me que ia atéee
o fim da rua,
de uma ponta a outra do quarteirão.

na planta tinham várias
dessas abelhinhas escuras
- meus primos mais velhos chamam de 'marinbondo'.

e lai se vem as marmota:
o Cabeça e o Divino no Ademar
(Ademar é o carro do Cabeça... a verdadeira arca que Noé não teve.

leva instrumento, nois 4,
nois 5, nois 6, 7, 8, 9,
a banda toda).

eles atravessam a entrada do sítio,
chegando na rua.
vou na direção deles e da porta do carro.

no Ademar, aguardamos o Dourado fechar
as portas, portão, do sítio.
todo mundo cansado, sim, mas só o normal.

o rumo de casa
era o de sempre.
céu bem clarim,

o 'sol cegando o zói do nego',
e eu coçava e fechava,
os olhos, constantemente.

tinha acordado com rinite-braba,
e o dia todim foi:'atchooow!'

a negada me deixou em casa,
depois foram a casa do cabeça
passar 'o som da fita pro pc', com músicas nossas.

fiz o intinerário de sempre:
três vezes entrando
e duas saindo, pelo portão grande da área,
levando e arrumando parte
dos instrumentos da banda,
que guardo aqui.

cheguei na cozinha, e 'tinha era nada pra comer' - táqueo pariu -.
e eu com uma fome de trecontonte, e paciência de marinbondo,
comi só besteira (hehe).

depois falei com a Adéle no msn,
coisa pouca sobre o cine ceará,
e que ela tem carinha de nenem.

- quando digo isso,
ela faz cara brava.
mas além de estar

em constante proceso de apaixonamento
por ela, que é linda,
ela tem tem cara de nenem mesmo. -

até que tratei de capotar
na minha cama.
a rinite a essa altura
tava 'nas tampa da marmita do alpinista'.

Monday, April 16, 2007

Espelho


espelho não mente.
não sente calor,
nem dor nas costas,
coceira não sente.

espelho não revida.
não se parte
em vários cacos-injuriados.
espelho não cura.

no chão, em pedaços,
não segura a estampa
ali madura,
do caju no cajueiro.

espelho não cria efeito-
não explica a sensação.

é de cabeça pra baixo,
o mesmo,
de uma ponta a outra,
igual.

foi com o homem que
inspirou solitária
a sua musa
na janela do avião

e para o homem
que crusou o atlântico
de barco, intacto,
embalado, debaixo de chuva.

o espelho nada percebe:
desatino fatal,
ou destino glorioso.
antigo ou novo,

reflete obsoleto
o olho cavado fora dele,
no único-rosto de vários homens,
ou homem único de vários olhos.

a gente e drummond.

Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Friday, April 13, 2007

Sobre a distância

.


respeitar o silêncio do outro.
essa vontade de afogar pensamentos avulsos
na evasão do horizonte.
com o corpo omisso,
escrever nos olhos de quem ama:
a pura comoção
dos sentimentos dispostos ao longo dia
-
sensação escura que anoitece o homem
e não dura mais que um dia.

Tuesday, April 10, 2007

A mesma música, eu num sei quantas veiz.

.




poema oculto



não consigo extrair esse poema
que pousou feito estrela em mim.

vejo fio dele enquanto escuto uma valsa.
leio pedaços em outros poemas.

escuto-o quando vejo brilhar um par de olhos
bem perto, uma foto.

tento em vão ditar o que de mim sobrevive ao tempo,
ou o quê do mundo é são e belo,

ao querer atingir o ruído dos passos
desse poema que ocultou-se em mim - ou oculto já existia.

mas só ouso enchergá-lo.

pois jura meu coração em contestação
ao toque percebê-lo de um lado do peito,

no mesmo instante em que brota livre essa saudade e esperança,
do lado esquerdo do mesmo peito,

de enchergar tanta estrela que eu não via.




.

Friday, March 23, 2007

Ultimamente

.


Série - Na minha e outras vozes.



Ultimamente não tenho conseguido escrever.

Agora mesmo, tomei água enquanto pensava nesse fato,
e no tempo que leva,
da cozinha ao corredor,
do corredor as teclas do computador,
e das teclas ao texto em pensamento

(que na verdade nunca deixo de escrever,
o da tela em branco é que sim)
.

Acontece, que meus sentidos curvam-se ao calor e a velocidade do dia
com entendimento e comoção,
mas então respondo a essa comoção e entendimento,
com um abafamento em mim e no mundo,
nutrido por um esquecimento terrível, que parece crescer
alimentado pelo meu próprio medo de vê-lo maior

(e que a beleza do mundo que me cerca diariamente)

- enquanto eu ando até a parada do ônibus,
rumo a faculdade, e outras pessoas que nunca vi, atravessam essa mesma rua
e seguem outra direção, ou dobram logo em seguida, e somem como aparecem, inteiras e ausentes, sem precisar explicar coisa de nada da vida delas.

Várias coisas aconteceram, misturaram-se pra que então,
esse momento dramático de média ou quase nenhuma escrita e aprendizado,
acontecesse, de fato.

Pouco escrever,

considerando não só
a proporção do que é escrito,
mas a validade e peso sutil das palavras,
que passa a preencher espaços vazios, paisagens nativas,
que se quer existiam,

e a sensibilidade e resistência
física e mental, diária,
da mente sob doses de insistência
do esquecimento e intolerância humana,

talvez não chegue a transcender.
Diante, de vista,
da capacidade talvez infinita do homem
de evasão da realidade.

Esse instante sem tanta inspiração,
calado, com o corpo e entendimento
amuado na mente, em mim,
na minha e outras vozes,

é também a voz rouca da fertilidade,
que goteja e anuncia a tempestade,
fruto de um trovão.

Thursday, March 22, 2007

Poema feito ontem

.






Conterrâneo de tudo

se de insistência apurada
O homem insistisse e existisse
por trocentos mil anos,
ou desistisse nesse minuto
e extingui-se trocentos mil outros,

talvez fosse ele
um difunto incógnito de pé,
num corredor instante antes
de ajustar-se ao chão,

ou talvez, um gigante naufragado
numa ilha deserta,
sonhando com a nebulosa
que nunca encontra seu olho na noite escura .


De todo,
rodeado por seculares nebulosas,
ou falido sob o chão mais impecável,

mesmo erguendo hangares recentes
e atlíssimos, de esquecimento
e intolerância:


o seu corpo presumível
atravessaria o vapor dia


conterrâneo de tudo quanto mais existiu.



.

Tuesday, March 20, 2007

Neruda

Inicial

O dia não é hora por hora.
É dor por dor,
o tempo não se dobra,
não se gasta,
mar, diz o mar,
sem trégua,
terra, diz a terra,
o homem espera.
E só
seu sino
está ali entre os outros
guardando em seu vazio
um silêncio implacável
que se repartirá
quando levante sua língua de metal
onda após onda.

De tantas coisas que tive,
andando de joelhos pelo mundo,
aqui, despido,
não tenho mais que o duro meio-dia
do mar, e um sino.

Eles me dão sua voz para sofrer
e sua advertência para deter-me.
Isto acontece para todo o mundo,
continua o espaço.

E vive o mar.

Existem os sinos.

Thursday, February 22, 2007

Chuva com vento.

Imaginei que fosse um vaga-lume.

Havia muita luz, e de repente, e logo espalhada por lugares, que além,minha vista nem alcançava.

Mas o tempo de chuva, logo curou-se por uma brisa e um Sol intenso- o céu limpo, azul claro.

Em torno,havia uma brisa de ordem profunda, ainda estabelcendo harmonia.
Mas é fevereiro. O inverno nem chegou, e longe de passar ainda está.

Era uma asa de borboleta.

Monday, February 19, 2007

Sobre a madrugada.

se há destino ou não
sonho vivo ou desatino
ilusão de destino
antes ou depois dessa ilusão

um vaga-lume entrou no meu quarto um dia.
- nada-ouvi - dormi.

pedaço meu
morreu um dia

acordei Inteiro.

Sobre o dia.

Escrever sobre o dia
tatuar com tinta e folha
na memória e no tempo

a vida breve de cada dia.

Escrever sobre o cansaço e marasmo
ao fim do dia aflito
angústia de vários dias

o dia breve de cada vida.

depois que tudo passa, ao fim do dia
ao fim da vida eterna, em nosso pulso de morte

uma sorte imensa
nem triste nem nada:

outro Sol.

Sunday, February 18, 2007

Tempo nublado

acordei hoje de manhã
parecia que eu era outro
senti essa falta absoluta no sentir

de não ver um outro eu bem na minha frente

Absurdo. Absoluto.
Aqui duas palavras.

duas palavras
que inclusive
de irônia e essência provocaram-me

uma ardência na vista que eu logo cocei.

existo.

Tuesday, February 06, 2007

Ficção urbana

.

parada vazia.


só deus e eu, esperando um ônibus naquela hora.
eu que penso ser ele,que penso ser só.

penso, penso, e penso sou, vou, fico. penso até cansar.
aí penso em nada, descanso um pouco. mais tarde me canso de não-pensar.

penso noutra coisa pra descansar. aí descanso um pouco, ou descanso-nada.

me distraí por menos de cinco minutos demorados.

pensei longe, dali distante. não quis voltar, ou não sabia - pra onde eu fui? e onde tava antes de ir?

meu ônibus chegou. 'voltei' não sei como.uma pessoa que nunca vi, apareceu-desceu. eu sumi-subi no ônibus, indo pra casa.

.

Tuesday, January 16, 2007

De repente é de manhã.

.






respeitava o silêncio.
ouvia devagar, palpitar os passos daquela ansiedade no peito.
que terno se abria,
pro mundo inteiro de amor, solitário,
que antes ruía sem ouvir aquela melodia silenciosa,
ouvir.
e devagar pousava,
sob a melodia que, pedaço ia ouvindo, e esquecendo-a inteira,
- talvez em alguma manhã amena de um passado ou futuro bem recente e distante, lembrança de infância que nunca aconteceu -
ao mesmo que renascia
de toda aquela vontade de morrer de amor.




.

Sunday, January 14, 2007

O vem do vagalume.

.



poema para adéle

adéle é um poema

encantamento inesperado
poema inacabado

como a magia da própria poesia





.

Friday, January 12, 2007

Sentimento elevado.

.



Poeta Vaidoso



eu tava com raiva dele.



decidi ir dormir.

reunir o ânimo que restava,

desabar de vez sobre a cama

e a angústia vaidosa que, novamente,

pousava fria sobre os meus olhos.


'ser poeta,
é estar sozinho',


o pensamento dizia infalível.


e isso, de alguma forma, era algo que eu lia em todo canto,

capa de revista, quina de mesa, internet, cadaço do tênis, dicionário onlinne.



essa queda branda, desajeitada e brusca,

do outro lado da nuvem furada...


como pode,

a vida ressurgir tão clara, e insensível,

mesmo que esperemos dela, nada daquilo

que viu nosso pensamento em última concórdia?



eu tava com raiva dele ainda.



mas entrar em discórdia, de repente

me pareceu a atitude menos razoável ali, diante do espelho.

tinha que pentear meu cabelo


pro mundo lá de fora. No caminho eu durmo.




.

Thursday, January 11, 2007

.
















Poeta conhecido


























.

Wednesday, January 10, 2007

Irresponsabilidade.

.









uma pessoa.

uma outra pessoa,

ou uma, só.



não, um pássaro!

um pássaro míope numa tempestade,

e logo em seguida num mar calmíssimo. sim.



talvez um peixe...

um bem comprido, ou bem pequeno,

dentro de um aquário apertado, com vista pro mar, claro.



uma palavra.

só uma mesmo.

repetida, tida, várias vezes



semtradução







.

Thursday, January 04, 2007

Inspiração dentro de ônibus dá nisso.

.

Imitação


a minha alma quer ser a tua

flutua atua faz de conta por isso

e em tudo insinua conquistar a liberdade da sua



minha alma parte sem previsão de voltar

sem precisão de abrir, em qualquer parte me abre



a minha alma que ser a tua igualzinha

mas livres leva outra alma só tua

e a minha envolve-se soltinha pelo ar


igualzinha

Wednesday, January 03, 2007

Negócio de Msn.

.

É chato ser gostoso.

Mais gostoso é ser chato.


- Tô com uns poodle pra vender, se tu quiser, viu...

- Pra quê eu vou querer um poodle réi, rapaz?

- Oxente, sei lá... Olha como ele é lindo!

- Vixe. Zoiudim que só, neh?

- É sim! são meus filhim.

- ...
- Já assistiu 'monstros s.a.' ?

- Vi não. Pusq? são teus 'fi' também?

- Tem um monstrim que parece contigo. A namorada dele chama de 'zoiudim da mamae'!

- ...

Tuesday, January 02, 2007

Só um texto.

.




Toda vez que eu olhava

o relógio dizia 'já são onze horas'.

Relógio chato do caralho.

Não para nunca, ele.

Não sai de si por um minuto,

não faz hora olhando pra fora da janela,

não entende nada de não fazer nada - nem ocupar-se por um instante que seja-, o relógio.

Fica só na parede, espartanamente ditador das horas, e mais nada.

Não corre riscos, não anda de costas, não apaga nenhuma luz, nem atende ao telefone.

É bem verdade, que eu, em maior parte, não faço idéia do que fazer 'das horas'.

E talvez isso diga tudo.


Do relógio eu esqueço, perco, para.

I)

nasce o amor

vive o amor

morre o amor



falta reviver o amor

falta o amor cantar, somente



tão forte sutil

tão antigo novo

,belo amor



silêncio no silêncio do ouvido que ele toca.