Sunday, January 29, 2006

"Nada", dá em quê mesmo?


Bom. Estou pensando - ao longo que organizo - em montar uma seleção de poemas meus. Vou postar alguns ao longo dessas semanas próximas. Esse que segue é algum tipo de intento gaucho e instrutivo para os demás. Escolhi esse título - velas ao vento - pq passa a idéia de algo exposto, impreciso e aberto. Pro bem o pro mal espero que seja do deleite de alguns .




Velas ao vento

As palavras aqui encontradas

Inutilmente
Entusiastamente
Aparentemente
Por acaso
Todas aparência
Todas gastas
Todas vivas


Se encontrarão-desencontrarão todas enfileiradas afim de validar um único ponto de vista.

Com tantos pontos
contrapontos
E nebulosas.

Velas ao vento,

Chama que queima
Barco que navega

Vê-las luzir
Perca-as de vista

Saturday, January 28, 2006

Passado. Pessoa.

A mesma - Falar no passado - isso deve ser belo, porque é inútil e faz tanta pena...

Segunda - Falemos, se quiserdes, de um passado que não tivéssemos tido.

Terceira - Não. Talvez o tivéssemos tido...

Primeira - Não dizeis senão palavras. É tão triste falar! É um modo tão fácil de nos esquecermos!... Se passeássemos?...

Terceira - Onde?

Primeira - Aqui, de um lado para outro. Às vezes isso vai buscar sonhos.

Terceira - De quê?

Primeira - Não sei. Por que o havia eu de saber?

(Fragmento de "O marinheiro", Fernando Pessoa)

Saturday, January 21, 2006

O que era mesmo que eu queria dizer?

Mas que coisa. Quando dei por mim, já estava aqui!

Pés no chão, mão no queixo.

Apenas nítida a peleja do corpo travada contra a gravidade, e a sensação de inércia nos sentidos. Sentidos que se repetem, intermináveis e ininterruptos.

Peleja essa, que ao menor movimento, já estrondosa ecoa e compõe, infinitas canções pela mínima tensão de cada fibra de cada ser repleto de paixão e esquecimento.

Mais uma vez, por não, e "para terminar":

O que era mesmo que eu queria dizer?

Tuesday, January 17, 2006

Engarrafamento (e)...

Não queria reclamar.

Hoje não fiz nada que queria fazer.

E uma barata entrou na minha calça.



[Pensando...]

É possível inventar cerveja (com álcool) que não cause ressaca?

Sunday, January 15, 2006

Cão que não ladra, não mama.

Sentado em meu quarto, chegando a página 8 de "Os tolos morrem antes", a Luna começa a latir.

No meu som toca os primeiros minutos de "pride" do u2, em volume nada conciliável ao sono dos vizinhos.

E no quarto da minha mãe, lá pelos 30clicks do volume, o Big Blerg Brasil dá cabo a sinfonia indigesta do doce lar.

"Cala a boca, Luna!"
"Que é que esse cachorro quer?"
"Zzzzzuuuuaaaaaaaada, rapaz!!!"

Por que os cachorros latem quando há comida, água trocada, e barulho discrepante ao lado de seu aguçado ouvido?

Bom, dos outros eu não sei, mas a Luna não suporta os ruídos (gato, cachorro, papagaio, manga... ) camuflados no véu da noite, e não dispensa a minha mão coçando a parte de trás da zureba direta dela.

Cocei a zureba dela. Acho que ela se calou.

Pera... acabou de latir.

Friday, January 13, 2006

Foi nesse instante.

No momento

No momento
Não sei que vou morrer
Se irei viver ou não
Se irei sonhar ou findar sonhos homéricos
E se irei apreciar a atualizada beleza diminuta
Que por anos o mundo fielmente
Finalmente e provavelmente irá me oferecer
Não sei

No momento
Sei da vida nesse instante
Nesse exato momento
Da ausência das cores
Do ofuscamento da luz
Da coceira e do calor
Da presença de determinada sobriedade
Que me possibilita minutos de euforia nenhuma
E dalgum lugar traz toda a calma do mundo
Que retorna a não bastar...

No momento
Sei que até a hora de dormir
Os olhos assistiram ao caminho de volta
E mesmo que volte de onde saí
Não sei o que vou enchergar

Tuesday, January 10, 2006

Quase agora:

Quase agora, agora;
meio-dia;
meia-hora;
mês inteiro;
mais de ano;
nesse minuto;
etc...

Monday, January 09, 2006

Acordei as cinco e meia.

É isso! passei no Cefet!

Me matriculei hoje. Foi foda, pra variar. Tenho forte tendência a desacertos diante duma ficha de dados pessoais, impressionante...

Acordei as cinco e meia, tomei a boa e velha Topic 55, esperei o Banco do Brasil (da reitoria da UFC) abrir as oito, um pássaro cagou em mim, levei aquele chuvisco das sete e meia, voltei pra casa - percebi que havia deixado o boleto de pagamento noutra pasta, e, bom, retornei e me matriculei. =]

Enfim, não importa o que você faça, se você não fizer o que tem de ser feito, o resto parece dispensável.

Um passarinho me disse isso.

Sunday, January 08, 2006

Dor de barriga.

Puta que pariu.

O que é pior, dor de barriga, intolerância paterna, ou dor de barriga com intolerância paterna junto ao sarcasmo de terceiros?

Saturday, January 07, 2006

Acho que esse é meu quinto blog.

Já comecei outros tantos blog´s.

Em virtude disso, cá estou intentando emplacar mais um! que audácia...

É uma frustação!

Esses blogs, flogs, grogs, frogs, parece que são eternos!

A gente morre de escrever e lê-los e ainda assim parecem vagos, irrevelados, secretos, tristes, conciliáveis, e intermináveis.

É que nem diria o sábio Mução, - não subestimem nem se prendam as suposições que um "condinome-beijaflor" pode designar - "isto também é que nem catinga de fundo, é pra sempre".

Fuleragi all naiti. A gente se vê por aqui.