Friday, September 29, 2006

Tentativa.

Tentando a gente erra.
A tentativa cria chances de criar, e recriar a criação.
Talvez monstros, talvez amendoeiras, talvez rapadura de abacaxi, talvez um quadro, ou ainda um criado-mudo. Nada disso existiria sem tentativa.
Tentando, o homem pode viver seu dom, seu finito mundo de infinitos desacertos.
Mas sem tentar, ele corre o risco de ter vivido uma vida inteira, sem nunca saber, a calma de que é feita os sonhos.







Amor Tentado

amor.
palavra rasa, de sentido profundo. vários sentidos.
impecável sensação de querer bem,
de sentir extra falta de alguém,
de ouvir música no silêncio,
de encher os olhos em ausência.

amor.
me é um estranho familiar.
bem parecida com outro, mas distinto.
já o vi por aí. ou imaginei já tê-lo visto fora dali, e concluí reconhecê-lo
em tal lugar, repousando sua estranheza bela e euforia, na minha frente, por acaso.

amor.
não deveria tornar-se vampiro, carrasco dos que amam,
castrado por paredes erguidas como templo de virtudes, altar dos que amam.

mas obedece a sua ordem livre, sugar toda a glória existente, ou transformar(destransformar) nalgo mais a própria glória,
do sentimento daqueles que o sentiram com a ponta dos dedos.

o amor,
não é catinga de fundo, eterno.
o amor eterno não vive pra sempre o único, o outro, nem o último, o amor.
subestimado, ele é sensível ao toque, também pensa na morte, também morre.

mas acorda num dia seguinte qualquer, e abre as suas janelas, o amor:
Porque ele não resiste ao buraco negro, sem destino previsto.



.victor hudson.

Tuesday, September 26, 2006

Poema em chamas. Consumo imedi...

À vista


vista exausta

vista clara

o corpo cansa a visão


corpo disposto

corpo cansado

a visão cansa o corpo


corpo inteiro

completo de pedaços

- pedacinhos


enchem os olhos do gigante


quando encherga sossego

naquilo que não vê

Sunday, September 24, 2006

Texto para atualizar mais um domínio bloguístico.

Queria sentir-se homem.
Nada de assinar com inicais minúsculas,
suas boas intenções poéticas em publicações qualquer de blogs, flogs, grogs, seus.
Falar pouco, ou de maneira mansa e desavisada sobre o assunto que fosse,
pior ainda!
Queria sentir-se homem!
E homem que é homem, fala alto sobre assunto sem a menor importância
fora do reino fantástico do mundo da fantasia das fadas morenas e lésbicas, ora pois!
Pera.
Uma coceira, agora.
Bem ali, na dimensão do pescoço, pouco abaixo da orelha.
Está querendo se coçar.
Jamais!
Coçar o pescoço? Isso lá é coisa de homem, porra!
Homem não se coça, não desata laço de presente da tia legal!
homem rasga logo o saco!
Coçar o pescoço? Jamais.
(...)
Levou a mão direita a cabeça.
Ali foi descendo a palma e os dedos em ritmo lento,
passando pela nuca,
antingindo a coçeira do pescoço,
sublinhando a barba de dois dias pela curva do queixo,
até repousar a mão e o corpo, feito a estátua do "Pensador".
Queria sentir-se homem. Pobre rapaz de alma feminina.

Wednesday, September 20, 2006

Outra música minha.

Belê.


não sou troféu
pra você me ganhar

não sou filme
pra você me perder

não sou cura
pra você me achar

não sou a paz
pra você me buscar



não sou razão
pra você me querer

nem sou verdade
pra você me guardar

não sou instrumento
pra você me trocar

nem sou jumento
pra você me guiar




não sou teu olho
nem sou teu cisco

não sou tua boca
nem sou teu ciso

não sou retrato
nem sou máquina

não sou de uva
nem sou de vinho




beleza escondida
lá onde ninguém deixou

beleza esquecida
lá onde niguém foi



beleza rara de se ver .por perto
beleza cara de comer .de graça
beleza farta de viver .criança...



beleza viva
beleza morta

beleza viva
beleza morta

beleza viva
beleza morta


belê.

Monday, September 18, 2006

Tu chupa limão?

Quase agora, abri a geladeira e chupei meia banda de limão...

Tô aqui de pé fudido, sentado.
Hoje não fiz porra nenhuma.
Acordei tarde, almocei logo, tentei estudar pra prova que irei faltar amanhã (vou recorrer aos profs. pra refazer as que vou perder),
tentei ler, tentei ler denovo, tentei dormir, dormi um pouco mais de uma hora, e nada de cumprir com as obrigações - acho que renasci hoje com minhas mazelas de dez anos de idade.

Se nem tudo são flores, muito menos seriam só espinhos. Embora o sabor da simples tristeza pareça fatalmente tentador a algumas pessoas, na minha opnião.

Lá pelas tantas das seis da tarde, iventei de tomar um nescafé. Nalguns dias, isso trata-se mesmo de um ritual.
Um nescafé "forte", pão, ou pão, no fim da tarde. Nada de bolacha ou biscoito. Ritual do café com pão, só com nescafé e pão. Não sei fazer café (na realidade nunca tentei energicamente fazer um).

Comi um resto de inhame, junto. Sei nem como escreve-se isso. Mas não tem importância, não ficou muito bom com nescafé mesmo.

Iventei, então, um sanduíche novo - gosto de me lançar numas aventuras grastronômicas, de vez em quando. Acho que é porque sofro do mal de ter "consciência dos meus atos, ou dos atos de outros" (ao menos os alimentares),
e como muito, ou muito pouco, qualquer coisa.

Sanduíche de rúcula, alface, cebola, e azeite a gosto. Imagino que o segredo seja a rúcula (folhinha verde e armaga), porque com ela, dá pra fazer uma ponte entre
o ardor da cebola e o gosto (será que tem?) do alface. Eu gosto. Pelo menos dá pra comer um bocado e não ficar com a disposição de frango de granja o resto do dia. E a minha já não tava lá essas coisas.

Friday, September 15, 2006

Alarme Falso.

Dei Alarme Falso. Nada de "parto", nem fase, nem face a mais, não é mais que isso. Alarme falso. "Eu Falso Da Minha Vida o Que Quiser", entrega Paulinho Moska, o título de um seus irreparáveis CD´s. Ele falou algo de mim, com isso. Estou também falando dele - e de mim.

[ploft]

Minha vida é foda. A vida é foda! A de outras pessoas também. Uma montanha russa de significados, atravessando trilhos de equívoco sem ligar muito, ou muito pouco - Equívoco? Do que eu tô falando? Eu não sei! Equívocos ou equívoco nenhum!

A existência dispensa o lugar de manifesto. O convite para a vida dispensa o convite, luzes, sapatos, dna, dígitos em um contra cheque, corpos perfeitos, deficiência visual, cão raivoso, Paulinho Moska sem um violão, canditado tal reeleito pela sétima vez.

A vida é uma festa. Deus dá valor um "boneco" também que eu sei (eu que encontro forças não sei de onde, pra entender que não sei isso, e o digo sentindo-me mais leve de uma ponta a outra alma).Nos convidou a tanto tempo, que nos esquecemos constantemente que a festa começa bem antes de acenderem as luzes.

Ia postar um texto que produzi nessa semana. Sobre mim, outras pessoas, e outra coisa que nunca sei direito o que é. Mas, sei lá. É foda isso.

Monday, September 04, 2006

Meu Paradeiro Partiu.

"do parto
eu parti"

para partir novamente
tô por lá:

www.fotolog.net/vendoemquando