Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.
Paulo Leminski.
Friday, June 30, 2006
Wednesday, June 21, 2006
Ouvindo Portishead [only you].
Tela-escura.
Agora não tem poesia.
Em letras brancas e estilizadas, surge e progride verticalmente numa tela escura,
poesia alguma: um derradeiro final - estado de apogeu da ânsia, pelo Poeta imaginado
e sofrido por vaidade - para um esboçado-feliz-açucarado começo.
Aquela canção soturna - exaustivamente reproduzida em seus ouvidos - que outrora escutara
um trecho em virtude da boa e velha memória fonográfica, começava, agora, do meio pro fim, desde o início.
Agora não tem poesia.
Em letras brancas e estilizadas, surge e progride verticalmente numa tela escura,
poesia alguma: um derradeiro final - estado de apogeu da ânsia, pelo Poeta imaginado
e sofrido por vaidade - para um esboçado-feliz-açucarado começo.
Aquela canção soturna - exaustivamente reproduzida em seus ouvidos - que outrora escutara
um trecho em virtude da boa e velha memória fonográfica, começava, agora, do meio pro fim, desde o início.
Sunday, June 11, 2006
Ex-fera de quatro rodas: Par polido, Par moído.
Te acalma, Victor.
"Tá dormindo", "foi ensaiar", "saiu agora", "não sei aonde".
Cuidado com o tempo, esse mal tempo massacrante:
cotidiano-esmagador, olho-achatado da visão arcana do ser - sentir.
Te acalma que falta nada pro passo seguinte. O relógio no alto estalou.
É o marco zero do teu vôo derradeiro. "Pousa em mim, que nada espero de ti".
Alivia tua ânsia no pouso e em partida - gozo do momento -, mas não te esqueces:
A viagem é uma só.
"Tá dormindo", "foi ensaiar", "saiu agora", "não sei aonde".
Cuidado com o tempo, esse mal tempo massacrante:
cotidiano-esmagador, olho-achatado da visão arcana do ser - sentir.
Te acalma que falta nada pro passo seguinte. O relógio no alto estalou.
É o marco zero do teu vôo derradeiro. "Pousa em mim, que nada espero de ti".
Alivia tua ânsia no pouso e em partida - gozo do momento -, mas não te esqueces:
A viagem é uma só.
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