Tuesday, May 23, 2006

Absorção.

Todo céu,
Qualquer inferno,
Minha alma nem sempre é tão forte
Pra suportar.

Meu poético suporte, medo maior,
É pois estar para tudo que há na vida:
Infinito amor, morte,
Acaso de sina ou sorte...

Thursday, May 18, 2006

Sobre alguma coisa em torno do estranho destino das coisas serem extamente o que são.

A aranha no teto do banheiro.
Ela tava lá - ainda deve estar - parada, de cabeça pra baixo, com a patas no teto...
Isso é "minha" opnião. A conclusão limitada de um homem que acha que sabe que sabe.
Fui ao banheiro, dei uma bela de uma mijada, e encherguei a aranha, só. Encherguei a aranha... Bem, há quem diga que só enchergamos aquilo que queremos ver. A aranha no teto então, parecia-me do tipo paciente... do tipo paciente mas que "não leva desaforo pra casa". Ou ainda, acabara de levar desaforo pra casa, e ali aliava determinada rabugice cotidiana ao seu signo regente - capricónio, provavelmente. Mas possivelmente, dadas as circunstâncias, probabilidades, inconstâncias, e o horário, ela só estava tirando uma cesta.

Sunday, May 14, 2006

Partes Coração.

meu coração bate tantas vezes...
foge ao pranto,
é no peito,
foi de tantos,
foi minúsculo,
outro músculo é .

(...)

coração...

prefiro de frango.
sem dono, sem pele,
de bandeja, na boca.

rasgo no dente,
pressinto-o no cheiro,
mastigo inteiro,
não restam pedaços...

(...)

coração de pedra
nada espera
me corta a emoção
despedaça a visão dos meus sentidos
e cega o olhar em procura a ela

coração de ferro
fere e cura em brasa
candura dura e nunca vem também
esfria e espera
na esfera que não o atravessou além...

Partes coração em parte.
Emoção,
para o meu amor passar,
separa...te de mim.

Thursday, May 04, 2006

Começo de Semestre.

04 de Maio. Começo de semestre. Começo de uma porrada de coisa... Coisas novas, antigas, novas metidas a antigas, e antigas metidas a novas, as de sempre, as de vez em nunca, etc. Sempre acabo me impressionando como as lentes da razão me causam sensação de Dejavour. Diante de gente que eu nunca vi, e acabando julgando, premeditamente, conhecer. Deve ser um tipo de vício - no meu caso -. que nosso mecanismo de defesa acende assim que é intimado por uma presença estranha. Como, para um paraquedista calvo e profissional, que num salto dá de cara com um E.T. de rastafari, deslizando suave de sundboard pelo vento, com uma camisa do Led Zeppelin . Isso ( o desconhecido... essa minha sensação, ao mesmo tempo de um dejavour e marasmo) me lembrou Lenine: "É a Lei, ninguém faz idéia do quê vem lá". Se fosse diferente? Dá até medo de imaginar... Mas esse é um trunfo da natureza que acho fantástico. Na minha modesta condição de homem que pensa que sabe, que sabe, também torna-se exaustiva: Começado, não há final.