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poema oculto
não consigo extrair esse poema
que pousou feito estrela em mim.
vejo fio dele enquanto escuto uma valsa.
leio pedaços em outros poemas.
escuto-o quando vejo brilhar um par de olhos
bem perto, uma foto.
tento em vão ditar o que de mim sobrevive ao tempo,
ou o quê do mundo é são e belo,
ao querer atingir o ruído dos passos
desse poema que ocultou-se em mim - ou oculto já existia.
mas só ouso enchergá-lo.
pois jura meu coração em contestação
ao toque percebê-lo de um lado do peito,
no mesmo instante em que brota livre essa saudade e esperança,
do lado esquerdo do mesmo peito,
de enchergar tanta estrela que eu não via.
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Tuesday, April 10, 2007
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