Thursday, March 22, 2007

Poema feito ontem

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Conterrâneo de tudo

se de insistência apurada
O homem insistisse e existisse
por trocentos mil anos,
ou desistisse nesse minuto
e extingui-se trocentos mil outros,

talvez fosse ele
um difunto incógnito de pé,
num corredor instante antes
de ajustar-se ao chão,

ou talvez, um gigante naufragado
numa ilha deserta,
sonhando com a nebulosa
que nunca encontra seu olho na noite escura .


De todo,
rodeado por seculares nebulosas,
ou falido sob o chão mais impecável,

mesmo erguendo hangares recentes
e atlíssimos, de esquecimento
e intolerância:


o seu corpo presumível
atravessaria o vapor dia


conterrâneo de tudo quanto mais existiu.



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